Quando concluí minha especialização em Novas Tecnologias na Educação em 2008 tratei sobre "O uso do Vídeo Digital como possibilidade da Multimídia na prática docente envolvendo conteúdos escolares" e escolhi para condensação dos artefatos construídos ou seja os vídeos a interface do Movie Maker, potente e simples software que já vem no Windows desde 2000. Bastante utilizado para vídeos caseiros por crianças e jovens, mas desconhecido em parte pelos educadores e como possível mediação na prática pedagógica docente nas disciplinas ensinadas nos conteúdos escolares. Trago autores como Mayer (2005) que trata da aprendizagem multimídia em sua pesquisa a define como aprendizagem das palavras (por exemplo, texto falado ou impresso) e imagens (por exemplo, ilustrações, fotografias, mapas, gráficos, imagem ou vídeo; Lévy (1993, p.177) ao conceber a interface na informática afirmando que “não é possível deduzir nenhum efeito social ou cultural da informatização, baseando-se em uma definição pretensamente estável dos autômatos digitais. Basta que seja conectada uma nova interface (a tela catódica, o mouse, uma nova linguagem de programação, uma redução de tamanho) à rede de interfaces que constitui o computador no instante t, e no instante t+1 se terá obtido um outro coletivo, uma outra sociedade de microdispositivos, que entrará em novos arranjos sociotécnicos, mediatizará outras relações,etc.”; Também cito Ivers e Baron (2006) que apresentam em sua obra experiências de professores entusiasmados em engajarem seus alunos em aprendizagens ativas, onde alunos e professores se divertem quando chegam a escola. Os autores Schuck e Kearney (2004), realizarem investigação nas áreas da aprendizagem cooperativa, múltiplas inteligências e construtivismo em artigo sobre o uso e o papel do vídeo digital como uma ferramenta de pesquisa: Questões Éticas do Investigador. Foram estudos de caso de cinco escolas na Austrália, convidadas por usarem vídeo digital como meio inovador com seus alunos. Os investigadores exploraram os processos e os papeis dos professores e alunos no trabalho com vídeo digital nestas escolas. Para realizarem os estudos visitaram as escolas num período de dois a quatro dias nos quais as lições foram observadas com o enfoque de verificar s como o vídeo digital estava sendo utilizado para reforçar a aprendizagem. Quanto ao referencial literário nacional é importante destacar Silva (2000, p. 217) com reflexões em torno da sala de aula interativa e quando faz uma análise sobre as confusas formas de se utilizar o computador numa concepção de reprodução do ensino enciclopédico que dá lugar a centralidade do professor diz ele “Torno a repetir: a autoria do professor é mais do que nunca solicitada. Encarar o novo espectador, o “homem aleatório”, garantindo na sala de aula, democracia, interatividade e tolerância. “Assim ele promove a aprendizagem, assim ele educa em nosso tempo” e Freire (1996, p. 88) afirmando que “um dos saberes necessários à prática educativa é o que adverte da necessária promoção da curiosidade espontânea para a curiosidade epistemológica;
O que se vem procurando afirmar na literatura e na experiência até aqui construída é que no cenário escolar integrado com vivências em multimídia, estas geram:
1. à dinamização e ampliação das habilidades cognitivas, devido à riqueza de objetos e sujeitos com os quais permitem interagir;
2. à possibilidade de extensão da memória e de atuação em rede;
3. ocorre a democratização de espaços e ferramentas, pois estas facilitam o compartilhamento de saberes, a vivência colaborativa, a autoria, co-autoria, edição e a publicação de informações, mensagens, obras e produções culturais tanto de docentes como discentes.
É o que Moran (1995, p.27) afirma quando expressa que “o vídeo é sensorial, visual, linguagem falada, linguagem musical e escrita. Linguagens que interagem superpostas, interligadas, somadas, não separadas. Daí a sua força.” .
Acrescenta-se que as teorias e práticas associadas à informática na educação vêm repercutindo em nível mundial, justamente porque as ferramentas e mídias digitais oferecem à didática, objetos, espaços e instrumentos capazes de renovar as situações de interação, expressão, criação, comunicação, informação, e colaboração, tornando-a muito diferente daquela tradicionalmente fundamentada na escrita e nos meios impressos. Encontra-se nesta perspectiva, a possibilidade para que professores da Educação Básica e de outros mais variados níveis de ensino, possam rever concepções de sustentação de suas práticas cotidianas, terem acesso e apropriem-se de conhecimentos necessários para trabalharem com a produção de vídeos digitais na sala de aula nas diversas disciplinas, temas transversais e outras situações temáticas imbricadas nas várias ciências e necessidades de adensamento de aprendizagem e possam apropriar de ferramentas como o Movie Maker neste processo de agregação.
Moran, José M. “ O vídeo na sala de aula”. In: Comunicação& Educação. São Paulo: USP/MODERNA, (2): 27-35, jan./abr., 1995, p. 27ss.
Um comentário:
Olá amiga!! mais uma vez você compartilha conhecimentos, experiências e descobertas. Esse vídeo de Moran que você socializou oferece todos os passos para aprendermos a editar védeos. Maravilha!!!
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