A Plataforma Freire, criada pelo Ministério da Educação, é a porta de entrada dos professores da educação básica pública, no exercício do magistério, nas instituições públicas de ensino superior que desta forma coloca em prática o Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica. É neste cenário que estou ministrando a disciplina Informática e educação para um grupo de alunos e alunas do curso de pedagogia na UEPB. É um desafio que cabe ao docente universitário ser mediador deste novo currículo de formação e isso significa tratar com alunos futuros professores que passaram muitos anos sem estudar, e também muitos destes não estão ainda alfabetizados digitalmente. Sabemos que olhando para esta realidade de modo crítico ( mas não sem esperança) enxerga-se que, por causa de fatores econômicos, políticos, sociais, cognitivos, entre outros, o uso das tecnologias digitais e das redes de comunicação ainda não são usufruto de todos e todas. E no abismo da exclusão social está a exclusão digital. Diante de um grupo que sente medo com as novas aprendizagens e ao mesmo tempo também se encanta com as TIC vê-se que com o desenvolvimento da disciplina que trata do uso do computador e da internet na escola , estes alunos que no inicio estavam ora assustados, ora encantados vão aos poucos construindo conhecimento e a cada dia quando eu deixo a sala de aula para o encontro do dia seguinte, me torno ainda mais convicta de que a formação docente é um caminho que transita na emergência do aprender a prender. Diz-se que o analfabetismo digital é o desconhecimento de um vocabulário próprio dos sistemas e/ou da internet e isto vem sendo bastante discutido e combatido através de políticas públicas que, entre outras questões, visam reduzir os custos dos equipamentos e facilitar o financiamento da compra de computadores para as populações de baixa renda e podem ter certeza, isso inclui educadores de muitas localidades, inclusive estes de vários municípios da Paraíba ( que são agora meus alunos) e muitos outros que estão cursando as licenciaturas pelo nosso país a fora. Hoje, na sala de aula da UEPB com esta turma vivemos intensas alegrias de aprendizagem significativa, quando junto com Ana Paula Gomes que está sendo monitora em minha disciplina fomos constatando o quanto uma medição pedagógica rica e dialógica faz a diferença, tanto para o aluno que não havia ainda acessado a internet, postado uma mensagem, participado de uma rede social como para aquele que já minimamente está inciado nestes saberes de aprendizagem sobre TIC. Nesta disciplina os alunos têm a oportunidade de participar de oficinas com uso de computadores e internet, ciclo de leituras, debates, painel integrado e estão construindo um blog, deixando assim suas marcas como autores na rede. E o que se considera de extrema importância é que estes alunos estão se inserido em um universo colaborativo e participativo, numa rede demonstrativa de que o conhecimento aumenta quando compartilhado. Por tudo isso, não me canso da luta, mas concretamente sei que, não basta apenas ter um computador ligado à internet para que aconteça inclusão digital, é preciso, também, preparar os indivíduos para que estes sejam sujeitos ativos diante de tais ferramentas e para que as mesmas sejam utilizadas para promover transformações no cotidiano das pessoas, pois só assim a chamada sociedade da informação será uma sociedade de todos, para todos, onde cidadãos poderão se beneficiar das vantagens do atual estágio de desenvolvimento da nossa sociedade como parte integrante deste processo e isso inclui estes professores da plataforma Freire.
Fotos tiradas hoje 25.01.2012 no pátio do CEDUC - UEPB-Turma de Pedagogia/Plataforma Freire